6 | Para onde vai tanta tristeza?
Tem um tempo que a minha garganta faz um nó e que os meus olhos se enchem de lágrimas só de olhar pro lado. Teria eu perdido a alegria que sempre me disseram ser contagiante?
Faz um ano que a vida começou a soprar mais triste do que antes. O ano de 2024 marcou o início de uma série de acontecimentos sofridos para mim (e para as pessoas que eu amo). Conviver com a tristeza seria o novo normal? É para isso que nos tornamos adultos?
Não vou citar aqui as experiências de tristeza individuais e coletivas que aconteceram ao meu redor, mas sei que todas elas me fizeram pensar: daqui em diante vai ser disso para pior?! Com uma dose pesada de terapia, comecei a entender que não é que agora as coisas ruins vão ficar mais frequentes, é que antes tive sorte (não é essa a palavra, mas vamos fingir que é) o bastante para me aprofundar nesses sentimentos somente agora na vida adulta.
De emoções horríveis que tenho experimentado, mesmo que um pouco, destaco o luto como uma das mais dilacerantes que tem. Ele consegue me deixar em paz por 8h, mas a noite ele sempre volta implacável. Me sinto rodeada de pensamentos negativos que dizem que eu não vou ser capaz de superar a tristeza que me cerca. No fundo, não acredito em nada disso. Sei que sou forte e terei dias muito felizes de novo.
Apesar dos momentos traiçoeiros, minha mente (e alma) me lembram que a vida não é feita só daquilo que a gente deseja. Viver é tão ambíguo e potente que nem os dias tristes podem ser ignorados. Infelizmente, não temos controle sobre as coisas ruins que podem acontecer (escrevo essa frase para de alguma maneira fixá-la em minha cabeça). E o que nos resta fazer?
Sinceramente, o que tenho aprendido (a duras custas) é que você não vai impedir que o dia mais triste da sua vida aconteça. E depois que ele passar é bem possível que venham outros e outros. A natureza de estar vivo fala muito mais alto do que aquilo que podemos controlar.
Mas antes que você pense que tudo está perdido ou que só sei falar de coisas ruins (por favor, não pense isso), surgirão os dias felizes. E eles serão bem mais curtos. Por isso, reforço o que tem me mantido em pé nesses meses: os dias felizes merecem ser aproveitados como se não houvesse nenhum amanhã.
Precisamos nos apegar aquilo que nos mantém firme. E no momento, o que me mantem bem é saber que as tempestades vem e vão, e logo logo estarei cheia de sorrisos, dando altas gargalhadas com as pessoas que eu amo. A vida é se reinventar o tempo todo. Os dias duros vão nos derrubar, mas cabe a nós respirar fundo e tentar de novo. E mais do que isso, em algumas situações, nosso maior ato de amor próprio é pedir ajuda.
“As my memory rests
But never forgets what I lost
Wake me up when September ends
Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends”
Wake Me Up When September Ends, Green Day
Outra coisa que me auxilia bastante é ressignificar os momentos e lembranças dolorosas. Teoricamente olhar as fotos do meu cachorrinho me faria chorar, mas não faz. Eu vejo a galeria do celular, que inclusive permanece em slide show na tela inicial do meu aparelho, e sinto um amor muito grande. Um privilégio enorme de ter vivido tanto tempo com ele.
Esse é meu modo de tentar transformar o que me faria desabar em ternura e amor. Talvez eu faça um álbum de fotos. Talvez eu comemore o aniversário dele em um parque (já que esse era o lugar favorito dele no mundo). Já tenho uma lista de atitudes “seguras”, que me farão lidar de forma mais carinhosa com a minha própria dor daqui em diante.
E para parafrasear uma série que mudou a minha vida (sério!), digo que “não há limão tão azedo que você não possa transformar em algo parecido com limonada”. Se você ainda não assistiu This Is Us, por favor, corre para olhar. Já vi duas vezes, porque nunca é demais para perceber o outro com mais empatia e aprender que cada pessoa é um universo a parte.
Espero que você que está lendo essa newsletter esteja passando por um momento de intensa alegria. Se não for o caso, se sinta abraçada (ou abraçado) por mim. Não há vergonha nenhuma em sentir. O importante é se lembrar de sorrir de vez em quando.
Obrigada por ler!
Um abraço,
Nic 💜
📋Lista da semana1
Tô em crise de enxaqueca faz alguns dias, por isso essa news demorou para sair (peço desculpas, mas precisava descansar).
Fui mimada pela minha tia: ganhei doce de Maceió.
Não vejo a hora de aproveitar o feriado e colocar Vale Tudo em dia!
Um compilado de tudo que passou pela minha cabeça ou pelos meus olhos ao longo da semana ;)
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