3 | Crescendo & mudando
Duvido que a minha versão do início dos vinte anos se imaginaria bordando na frente da televisão.
Faz um tempo que me encontro melhor na solitude do que na multidão. Isso começou quando a vela do meu bolo de aniversário mudou de vinte e quatro para vinte e cinco. Lembro bem de quase ter ouvido um “BOOM” dentro da minha mente.
Naquele momento tudo ficou tão claro para mim. As dúvidas que eu tinha desapareceram ou se tornaram totalmente óbvias. E as certezas que eu tinha duramente construído durante a minha adolescência foram completamente destruídas. Senti que renasci ali. Possivelmente não tenha renascido coisa nenhuma (não sou tão doida assim), mas sei que algo se renovou dentro de mim.
A partir daquele aniversário, comecei a sentir o “peso” de estar mais próximo dos trinta do que perto dos vinte. Na verdade isso só ocorreu no ano seguinte, mas posso dizer que foi ali que iniciou a minha preparação para essa fase. É difícil imaginar que no final da juventude a gente tenha tanta segurança diante de coisas que antes pareciam uma verdadeira tragédia.
Lembra aquele final de semana que você se trancou no quarto para chorar porque o fulano não respondeu a sua mensagem de “oi! quer dar um rolê”? Aos quase trinta, você nem vai se lembrar do nome do fulano (ele realmente será um fulano hehe). Ou melhor: você vai rir ao saber que o fulano perdeu todo o charme junto com o cabelo.
“It was fun when we were young and now we're older
Those days that are the worst, they seem to glow now
We were up and down and barely made it over
But I'd go back and ride that rollercoaster with you”
Rollercoaster, Jonas Brothers
A parte dura de crescer é que por mais que a gente se esforce em aproveitar aquele período que muitos consideram como os melhores anos da vida, nunca pensamos na finitude deles. Com certeza nunca sonhei que aos vinte e cinco anos iria aposentar o salto alto e pior: trocá-lo pelo tênis. A minha eu de vinte e dois anos teria feito cara de nojo e me xingado!
Parece maluco dizer que eu envelheci. Aqui quero que você leia a palavra envelhecer da maneira menos preconceituosa que puder. Envelhecer faz parte do processo da vida. É como a minha psicóloga faz questão de me lembrar toda a semana: “a vida tem suas fases e a gente precisa respeitá-las”. Crescer implica em criar novos gostos, memórias e tradições. É natural.
Se você ainda está na casa dos vinte e poucos, talvez esse texto te faça revirar os olhos. “Ela nem chegou aos trinta e já quer dar lição de moral”. Mas minha intenção aqui é documentar a passagem dos meus vinte e poucos para os vinte e muitos. É aprender que não tem problema em querer aproveitar um final de semana em casa, depois de vários outros correndo. Não preciso me cobrar por não estar me divertindo como fazia antes. Talvez, a diversão só não signifique mais a mesma coisa para mim.
É entender que hoje respeitar o meu corpo e a minha mente vale mais do que qualquer coisa. Ou você acha que eu trocaria meu tamanco de salto grosso por um salto 15 fino? Nem por dinheiro! É saber que vão ter dias que vou querer passar a madrugada em uma festa insalubre bebendo cerveja em copo universitário e no próximo feriado vou inventar um retiro espiritual comigo mesma.
É uma dualidade de quem ainda não sabe ser tão adulta, mas já não se considera tão adolescente assim. É a alegria de quem entendeu que na maioria das vezes a gente não precisa se levar tanto a sério.
Obrigada por ler!
Um abraço,
Nic 💜
📋Lista da semana1
Não há nada melhor do que tomar café com calma.
GANHAMOS MELHOR FILME INTERNACIONAL!!!
Quando é o próximo feriado mesmo?!
Um compilado de tudo que passou pela minha cabeça ou pelos meus olhos ao longo da semana ;)
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